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sexta-feira, outubro 22, 2010

Veja os 10 erros fatais em uma entrevista de emprego


Você já parou para pensar que o seu sucesso numa entrevista de emprego pode depender de alguns detalhes? Uns pequenos, outros nem tanto assim. Às vezes, os erros cometidos pelos candidatos a uma vaga de trabalho são inacreditáveis. Uma roupa mal escolhida, uma frase dita fora de hora... Para ajudar você a ser melhor sucedido nas próximas seleções, o  site Universia consultou diversos especialistas em recrutamento e seleção que falaram, afinal, o que põe tudo a perder quando você está frente a frente com o entrevistador. Confira os dez erros fatais na entrevista de emprego!
   
Chegar atrasado

"Chegar atrasado numa entrevista, além de desorganização, demonstra que o candidato não está dando o devido valor à entrevista. A displicência com o horário mostra que você não priorizou tal compromisso em sua agenda. Além disso, fazer uma pessoa esperar é falta de respeito. Tempo é um recurso escasso, logo, deve ser bem aproveitado. Caso você, por algum motivo, atrase na entrevista, informe imediatamente o entrevistador. Verifique se é possível passar um candidato na sua frente, ou, se necessário, remarque a entrevista. Se você chegou no horário, mas tem compromisso para mais tarde o ideal é avisar o entrevistador de antemão. Não faça a entrevista na correria para não se sentir pressionado. Isso pode prejudicar seu desempenho."

Wander Mendes, professor e consultor na área de Gestão de Pessoas e Planejamento Estratégico da FGV-PR (Fundação Getúlio Vargas do Paraná).    

Usar roupas informais demais
 
"Hoje em dia, os jovens são muito despojados. Na faculdade, não há nada de mal nisso. Agora, para a entrevista de emprego, não custa melhorar um pouco o visual. Isso não quer dizer que todo candidato a estágio ou jovem recém-formado deva vestir terno e gravata ou, no caso das meninas, tailer e scarpin. É preciso saber escolher a roupa e adequar o vestuário a cada tipo de empresa. Uma agência de publicidade, por exemplo, permite um visual mais informal. Agora, se a entrevista é para uma instituição financeira, é óbvio que o candidato terá de seguir a regra básica: esporte fino. Lembre-se: o que deve prender a atenção do entrevistador é o seu conteúdo e não a 'embalagem', portanto, jamais vá para a entrevista de chinelo, regata, roupa decotada, barriga aparecendo, saia curta ou short."

Marisa Silva, consultora de Recursos Humanos da Career Center
   
Não saber nada sobre a empresa ou o setor

"É muito comum que os candidatos partam para a entrevista de emprego sem saber sobre a empresa em questão ou sobre o setor em que ela está inserida, quando na verdade, ele deveria estar munido do maior número de informações possível. Se a empresa de recrutamento não divulgar qual é a companhia que está em busca de candidatos, ela deverá, ao menos, informar sobre o setor. Tem mais chance de sucesso o candidato que sabe se posicionar na entrevista porque domina o assunto trabalho, em detrimento daquele que não se deu ao trabalho de pesquisar mais sobre a empresa em questão. Sempre repito isso para meus alunos: informação nunca é demais."

Jaqueline Mascarenhas, consultora de carreira do Ibmec Minas Gerais
   
Expressar-se mal, com gírias e frases sem sentido

"O discurso mais adequado para uma entrevista é aquele em que o candidato consegue ser objetivo, responder as perguntas do entrevistador, expor seu ponto de vista quando é convidado a fazer isso e perguntar, com tato, detalhes sobre a vaga. No meio do caminho, porém, é muito comum que os candidatos façam uso de gírias e regionalismos na hora de tirar suas dúvidas. O linguajar é um detalhe importante, dependendo das expressões utilizadas, o discurso demonstra certa imaturidade do candidato. O ideal é responder as perguntas com calma, ter tempo para pensar e expor suas idéias com tranqüilidade. Este, aliás, é outro problema grave de muitos discursos. Tem candidato que fica tão nervoso na hora da entrevista que dispara a falar e quando percebe já mudou de assunto e não respondeu a pergunta do entrevistador. Isso é muito ruim, já que o ritmo da entrevista é um fator importante."

Marco Túlio Rodrigues Costa, professor de Aspectos Comportamentais Éticos de Gestão de Pessoas da FGV-BH (Fundação Getúlio Vargas de Belo Horizonte)
   
Mentir sobre suas qualificações

"Mentir na entrevista é o mesmo que dar corda para se enforcar. Inventar cursos, referências e pequenos sucessos colocam o candidato numa situação vulnerável porque, caso seja contratado, terá de sustentar essa inverdade por muito tempo. E como diz o ditado: mentira tem perna curta, hora ou outra seu deslize será descoberto. Aí o prejuízo será bem maior. Uma vez que seu superior descobrir que você não tem as habilidades destacadas na entrevista, perceberá que seu perfil não atende às necessidades da empresa, e mais, que errou ao apostar em sua seleção. Ao ser contratado, o indivíduo precisa ter claro que convenceu o recrutador de possuir determinadas competências. Ao mentir, não só estará provando que não as tem como atestará sua falta de caráter ao faltar com a verdade. Isso deixará o recrutador descontente duas vezes e poderá resultar em demissão comprometendo, inclusive, futuras recomendações."

Gustavo G. Boog, diretor da Boog Consultoria
   
Falar mal do emprego ou do chefe anterior

"Mesmo que esteja com raiva da empresa ou do chefe antigo, jamais fale mal deles na entrevista de emprego. Essa atitude é vista com maus olhos por 99,9% dos recrutadores. Na entrevista de emprego, o recrutador não está interessado em ficar por dentro de 'pendengas' cujas pessoas e razões ele simplesmente desconhece. Seu objetivo é investigar de que maneira seu perfil profissional e suas qualificações poderão ser úteis para a empresa. Caso você vá logo partindo para o discurso de que estava infeliz no emprego anterior porque seu chefe o perseguia, além de desviar o foco da entrevista, estará levantando questões que podem levar o recrutador a repensar sua contratação. Afinal, numa situação de conflito, é preciso avaliar a parcela de culpa de ambas as partes. Além disso, falar mal da empresa ou do antigo chefe revela uma postura antiética de sua parte, pois se tratam de segredos e detalhes de um negócio do qual você não faz mais parte. Mas, atenção: isso não quer dizer que você deva mentir, e sim, contornar a situação. Uma boa saída é dizer que saiu da empresa por estar em busca de novos desafios profissionais."

Maria Bernadete Pupo, gerente de Recursos Humanos da Unifeo e professora da FAC FITO
   
Disputar espaço com o entrevistador
 
"Para disfarçar o nervosismo, tem muita gente que acaba partindo para o ataque e disputando espaço com o recrutador durante a entrevista. Para driblar a insegurança, ele acaba querendo fazer pose de sabido a fim de triunfar sobre o recrutador. Isso tudo, porém, é muito mais que previsível para quem trabalha com Recursos Humanos. Aí, das duas uma: ou você perde a vaga porque o recrutador percebe sua insegurança por meio de uma postura imatura de quem está na defensiva, ou acaba sendo eliminado pela prepotência e o excesso de arrogância que esse comportamento demonstra. Por isso, não entre numa disputa direta com o recrutador. Espere, escute e, aí sim, faça suas considerações, sempre com humildade."

Mariá Giuliese, diretora-executiva da Lens Minarelli e especialista em análise e aconselhamento de carreira
   
Vangloriar-se de suas conquistas pessoais

"Na hora de 'vender seu peixe' ponha o ego de lado e não em primeiro lugar. O discurso não pode estar recheado de "eu fiz"; "eu consegui"; "eu conquistei"; e "eu realizei". Quando você coloca todas as conquistas em primeira pessoa pode soar presunçoso para o entrevistador. Até porque, na maior parte das empresas, os projetos e as realizações não são fruto do trabalho individual, mas sim, de uma equipe. Na hora de destacar seus feitos, procure valorizar sua participação em um projeto de sucesso implementado por uma equipe, e a partir disso, destaque como foi sua atuação para que ele fosse bem-sucedido. Lembre-se: egocentrismo não é uma característica admirada pelos contratantes. Para não cair nessa, vale treinar na frente do espelho. Olho no olho, com segurança no discurso. Um pouco de bom humor também ajuda. Existe uma tese que diz: quando você sorri, se desarma internamente e se torna mais receptivo."

Irene Ferreira Azevedo, professora de Liderança da BBS (Brazilian Business School)

Não perguntar nada durante a entrevista
 
"Não é porque você está fazendo uma entrevista que sua participação na conversa deve se limitar a responder o que o entrevistador pergunta. Por timidez ou insegurança, muita gente sai com dúvida da entrevista e isso é ruim. Caso o recrutador não mencione, é sua obrigação perguntar detalhes sobre a rotina de trabalho e benefícios. Porém, isso não significa que você deve incorporar o perguntador chato. Caso a explicação sobre a vaga não tenha sido suficiente para esclarecer suas dúvidas, pergunte com bastante delicadeza novamente: 'Desculpe-me, não ficou muito claro para mim'. Agora, se mesmo assim restarem dúvidas, deixe para outra ocasião. Perguntar sobre o salário não é uma coisa ruim, desde que você não se preocupe só em saber quanto será a remuneração. Procure se informar sobre outros detalhes para não mostrar que está interessado só no dinheiro."

Cristiane Cortez, consultora de carreira do IBTA Carreiras
 
Demonstrar desequilíbrio emocional

"Não é segredo para ninguém que o nervosismo pode atrapalhar, e muito, nos momentos decisivos. Na entrevista de emprego não poderia ser diferente. O candidato pode até ter o perfil ideal para a vaga, mas se deixar a tensão dominá-lo no momento em que precisa deixar claro suas qualificações, sua chance pode ir por água abaixo. O desequilíbrio emocional demonstrado pela insegurança e o nervosismo pode dizer ao recrutador que você não está pronto para assumir uma grande responsabilidade. Por isso, evite cometer erros como: levar um acompanhante para esperá-lo após a entrevista, inflar seu discurso com comentários negativos ou colocar-se em uma posição de vítima frente adversidades. Se você tem um bom currículo e suas características correspondem ao perfil da vaga, não há motivo para se preocupar."

Priscila Lara, consultora de Recursos Humanos do Grupo Foco




Fonte: UNIVERSIA-BRASIL (com adaptações).

30% dos estagiários atuam fora da área de interesse

Pesquisa aponta falta de assessoria aos alunos por parte das empresas

Uma pesquisa realizada pelo CIPEE (Centro de Incentivo Profissional ao Estudante à Empresa) apontou que 30% dos estagiários realizam funções diferentes das previstas no contrato com a empresa. De acordo com o diretor do CIPEE, Wilson Gomes Junior, o problema está na falta de assessoria que é dada aos alunos pela empresa contratante. "O estudante chega na empresa com muita vontade de trabalhar e em muitos casos as empresas se aproveitam disso para explorar os estagiários que acabam aceitando qualquer função. Muitas vezes os alunos fazem até faxina se os contratantes precisam".

De acordo com os dados da pesquisa, os estagiários que realizam outras funções no emprego não chegam a completar o contrato. "O estudante precisa desenvolver o que aprendeu, caso contrário ele pode ficar desmotivado e até desistir da universidade" afirma Wilson. Para o diretor esse problema acontece em todos os níveis, porém é preciso ficar mais atento com o Ensino Médio devido à falta de experiência dos alunos. "A dificuldade não está só com as empresas, os alunos ainda não têm muita responsabilidade e na maioria das vezes faltam nas entrevistas". Dados do CIPEE revelam que apenas 20% dos candidatos escolhidos para a fase final das entrevistas comparecem.


Fonte: UNIVERSIA-BRASIL

53% dos formados trabalham em outras áreas

É o que aponta uma pesquisa realizada com base nos dados do IBGE
 
Ao comparar - a partir dos microdados do Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2000 - a profissão de 3,5 milhões de trabalhadores formados em 21 áreas diferentes, pesquisadores descobriram que a maioria deles, mais precisamente 53%, está, hoje, numa profissão distinta daquela para a qual se preparou. A situação varia conforme a carreira. Em Enfermagem, o índice é de 84%, já em Geografia, o índice é de apenas 1%.

A baixa correlação entre a área de formação e a de trabalho levou os pesquisadores Edson Nunes e Márcia de Carvalho a definir, no título do trabalho, esse quadro como "A Grande Besteira Educacional Brasileira: um Ensino Profissional que Não se Aplica às Profissões que o Defendem". Para Nunes, o Brasil oferece uma educação secundária de péssima qualidade e uma profissional muito precoce, o que faz com que os jovens tenham sua vida de estudantes secundários pautada por vestibulares. Isto é muito ruim, não só para a formação dos jovens, como também, para sua carreira.


Fonte: UNIVERSIA-BRASIL

Cresce número de universitários que escolhem a profissão pelo salário

Livros, xerox, mensalidade da facul caso ela seja particular, alguns trocados para o lanche, e, é claro, o dinheirinho "sagrado" para o chopp e para a balada do final de semana. É..., universitário realmente tem muita despesa, apesar da grana ser, quase sempre, bem curtinha. Tanta dureza tem feito muitos jovens pensar bem sobre a profissão que querem seguir e se questionar se o orçamento magro irá ou não acompanhá-los ao longo da vida. É o que mostra uma pesquisa elaborada pelo CIEE-RJ (Centro de Integração Empresa Escola do Rio de Janeiro). 

O estudo, realizado com jovens de 1º e 2º períodos da graduação cadastrados no CIEE-RJ de todas as universidades cariocas, tinha como objetivo descobrir o que os jovens esperam do mercado de trabalho; como escolhem a profissão; e qual a expectativa em relação à faculdade. Quase 90% deles disseram não ter dúvidas sobre o que vão fazer, mas revelaram que escolhem, sim, o estágio pela remuneração que ele oferece, independente da função que irão realizar. 

A mesma pesquisa, realizada em 2004, mostrou que o item "necessidade financeira" fora apontado por 16% dos entrevistados como o principal motivo para procurar estágio. Já nessa última pesquisa, em 2006, o percentual subiu para 28%. De acordo com o responsável pelo setor de pesquisa da instituição, Maurício Eiras Mesquita, as tendências vêm mudando, pois, hoje, os jovens estão cada vez mais preocupados com dinheiro. 

Para a gerente de RH da UVA (Universidade Veiga de Almeida), Leda Pereira, em um mundo competitivo onde quase tudo pode ser copiado, cada vez mais o capital humano e seus talentos diferenciais são valorizados e reconhecidos. Neste caso, escolher a profissão por mercado e não pela aptidão é realmente um grande risco de insucesso e desmotivação. Ela acrescentou que a alta performance profissional requer que ele tenha base de competências essenciais para a sua realização. Logo, escolher uma profissão com base nas aptidões eleva as possibilidades de bons retornos e reconhecimento do talento profissional. 


Fonte: UNIVERSIA-BRASIL

quinta-feira, outubro 21, 2010

Veja o que o mercado passa a exigir depois da formatura

Atitudes e falhas que poderiam ser relevadas ganham maior relevância

Ao terminar a universidade o recém-formado pode ter uma certeza: vai ser muito mais exigido na hora de arrumar um emprego do quando concorreu a um estágio. O ingresso no mercado de trabalho, além de mais competitivo, se torna ainda mais rigoroso. Para conquistar a primeira oportunidade profissional na área de formação, os padrões adotados aos tradicionais programas de estágio devem ser deixados para trás. Conhecimentos, competências e habilidades que antes eram consideradas diferenciais passam a ser requisitos básicos. Atitudes e falhas que poderiam ser relevadas ganham maior repercussão e podem colocar em xeque a aprovação no processo seletivo.

A mudança na exigência, segundo Janaína Ferreira Alves, coordenadora do curso de pós-graduação em Gestão de Negócios da Faculdade IBMEC-RJ, é natural e compatível às atividades e responsabilidades das novas funções. "Enquanto o estagiário não tem alto nível de conhecimento técnico e nem sempre domina totalmente uma língua estrangeira, o perfil do profissional é mais complexo", compara Janaína. De acordo com ela, o mercado espera que o candidato graduado tenha conhecimento técnico mais consolidado, melhores competências comportamentais, experiências profissionais anteriores, bem como tenha cursado ou curse uma pós-graduação e fale pelo menos dois idiomas estrangeiros.

Janaina, no entanto, reconhece a existência de processos seletivos diferenciados para cada tipo de profissional, a partir das vagas oferecidas e dos perfis estipulados para cada contratação. Ainda sim, Dália Derner, professora de Gestão Estratégica de Pessoas da Universidade Anhembi Morumbi, afirma a preferência das empresas por candidatos que expressem autonomia e tomem decisões de acordo com o espaço que lhes forem dados. Para ela, essa é a grande diferença em relação à contratação de um estagiário. "A organização espera que o profissional traga essas questões de autonomia e liderança de experiências anteriores", afirma ela.

Experiência profissional que não se limita aos empregos registrados em carteira. As oportunidades de estágios também são reconhecidas. É o que garante Rafael Chiuzi, professor de Psicologia Organizacional e Gestão de Recursos Humanos da Universidade Metodista. Mas para ele, a comprovação dessas vivências não pode se limitar ao discurso verbal. Ele enfatiza a necessidade de mostrar ao avaliador materiais palpáveis que expressem suas produções e conquistas profissionais. "Além de apresentar o currículo e a carteira de trabalho, é possível entregar carta de referência do antigo emprego com a descrição de suas funções e qualidades", sugere ele. Segundo ele, em carreiras mais práticas - como design, jornalismo, publicidade, arquitetura ou engenharia - é recomendada ainda a apresentação dos trabalhos produzidos nos antigos empregos.

Para qualificar o nível das experiências, Chiuzi afirma que os recrutadores, em geral, apresentam situações adversas e solicitam que os candidatos apresentem soluções adotadas em empregos anteriores. "Na seleção de um estagiário, pede-se que os estudantes criem saídas aos problemas apresentados. Mas quando se trata do processo seletivo de funcionários, as competências dos profissionais são quantificadas a partir de sua própria trajetória no mercado de trabalho", diferencia ele, que acrescenta a relevância de conhecimentos culturais. "E quanto mais experiências profissionais se tem, maior será o diferencial para a conquista da tão almejada vaga", acrescenta o professor da Universidade Metodista.

Outro aspecto cobrado nas seleções de estagiários, mas mais profundamente avaliado para a escolha de profissionais formados é o foco dos candidatos. De acordo com Dália, todos - independente do nível de formação - devem demonstrar saber em qual área querem trabalhar, bem como o que desejam adquirir a partir do crescimento profissional. Para conseguir vencer esse desafio, Olavo Henrique Furtado, coordenador de pós-graduação da Trevisan Escola de Negócios, sugere que os candidatos conheçam bem a empresa para a qual pretendem concorrer à vaga. "Saiba o que a organização oferece ao mercado, fique por dentro do seu ramo de atividade e identifique quais os benefícios que pode proporcionar a você", recomenda ele.

Diferenças estruturais

As diferenças entre a avaliação que é feita na contratação de um estagiário e de profissional não se restringem ao nível de cobrança. Incluem também as estruturas e as características do próprio processo seletivo. Segundo Dália, para o nível profissional, algumas etapas da seleção não são necessárias, tais como provas de conhecimentos gerais e dinâmicas de grupo. "Claro que isso pode variar de empresa para empresa, mas normalmente as organizações buscam profissionais com um pouco mais de urgência para ocupar cargos importantes e a avaliação é feita, principalmente, em cima das experiências e cargos anteriores", explica Dália.

Mesmo sem acreditar na existência de manuais de regras básicas para se dar bem no processo de seleção, Furtado dá algumas dicas aos candidatos interessados em não fazer feio na hora da entrevista. "É muito importante que o profissional mostre, além de suas experiências, uma postura durante sua apresentação", destaca o coordenador da Trevisan. Segundo ele, é preciso demonstrar humildade e, ao mesmo tempo, saber se valorizar. Ter autoestima também é bastante relevante. "Apresentar um currículo não é apontar um monte de cursos e qualificações, é mostrar um projeto de vida, sobre o que ele já fez ou busca conquistar para a carreira", completa ele.

O cuidado de um profissional deve ser redobrado. Isso porque, de acordo com Chiuzi, aspectos que são toleráveis na seleção de estagiários se tornam inaceitáveis e passíveis de desclassificação quando o processo seletivo é destinado a candidatos de nível superior completo. "Para o estagiário sempre existe uma amenização no modo como ele fala e no jeito que ele se veste. Isso porque é jovem e vive num contexto diferente dentro da faculdade. Para o profissional as coisas são diferentes, pois quanto melhor for a aparência e a sua postura diante da entrevista melhores são as chances de contratação", exemplifica o profissional da Universidade Metodista.

A não contribuição com a equipe dentro de uma dinâmica de grupo ou a ausência de pró-atividade durante a entrevista são atitudes, na visão de Janaína, intoleráveis num candidato à vaga de nível superior. Em caso de organizações mais conservadoras, ela acredita que a cobrança por essa participação é ainda mais forte. "Além disso, se ele disser ter feito alguma coisa que na realidade não fez, a falta é mais grave ainda", enfatiza ela. Para a professora, falar a verdade é importante sempre. "Não deixe transparecer nada que não seja", orienta Janaína. Confira no quadro abaixo a comparação dos requisitos que são observados quando da contratação de um estagiário e durante o processo de escolha dos profissionais:  


PRÉ-REQUISITOS DA SELEÇÃO
Estagiário Profissional
- Ensino Superior (cursando) - Ensino Superior Completo
- Potencial de aprendizado - Pós-graduação (cursando ou concluída)
- Conhecimentos de informática - Experiência Profissional
- Conhecimentos em um idioma estrangeiro - Referências Profisisonais

- Conhecimentos de informática

- Conhecimentos em dois idiomas estrangeiros

- Bagagem cultural

- Autonomia

- Capacidade para tomada de decisões

Saiba como superar longos períodos sem emprego

Tempo é agravante, mas forma de lidar com a situação é reconhecida

O administrador André Luiz de Santi Barbosa de Almeida, 29 anos, é dos 1,7 milhão de brasileiros que, segundo levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), estão desempregados. Para ele, a busca por uma nova oportunidade no mercado de trabalho já dura um ano e seis meses. Embora a esperança se renove cada vez que o telefone toca ou a cada nova entrevista de emprego, os diversos "nãos" recebidos ao longo desse período, a baixa receptividade dos empregadores e a pressão social intensificam o desanimo e o sentimento de fracasso profissional e pessoal. Além de tudo isso, esse tempo todo parado já começa a chamar a atenção excessivamente no currículo de Almeida.

"No começo, o número de entrevistas era bem maior. Hoje, os poucos empregadores que me chamam para uma conversa me questionam o tempo em que estou parado", conta Almeida. O administrador diz que alguns chegam a pensar que o tempo encostado é fruto de sua própria vontade. "Desejo de trabalhar é que não me falta. Falta, no entanto, alguém que me dê uma oportunidade", destaca Almeida, que admite ter arriscado, inclusive, buscar alternativas em vagas inferiores. "Nesses casos, a desculpa pela não contratação, geralmente, é a alta qualificação", declara ele.

Ainda que a postura do mercado de trabalho pareça ser cruel, Simone Dias, professora de Ciências Administrativas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), explica que os profissionais que ficam muito tempo desempregados não são teoricamente competitivos, nem mesmo facilmente empregáveis. "Em casos de candidatos igualmente capacitados, geralmente são priorizados aqueles que estão mais próximos à realidade do mercado de trabalho", explica Simone. O fator tempo, na opinião dela, já começa a se tornar agravante a partir do terceiro mês. "Portanto, a procura por uma nova oportunidade deve começar no primeiro dia após a saída do antigo emprego. Nada de se dar um mês de férias, tampouco de esperar o vencimento do seguro desemprego", recomenda ela.

Além do preconceito com relação ao tempo parado, há ainda outros fatores que também pesam na avaliação dos recrutadores. É o que garante Sueli Milare, coordenadora da especialização em Desenvolvimento do Potencial nas Organizações da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) e diretora geral KorumCoaching. "Hoje particularmente a situação econômica nacional e internacional é levada em consideração pelas empresas. Isso porque elas entendem que em momentos de crise as dificuldades de se encontrar uma nova vaga são maiores. Mas quando o mercado está aquecido fica mais difícil justificar esse tempo desempregado", explica Sueli, que acredita que as desvantagens na empregabilidade começam a aparecer a partir do sexto mês parado.

Muito mais do que a avaliação de fatores externos, Sérgio Piza, responsável pela área de recursos humanos da Claro, ressalta o peso da análise do comportamento do profissional durante o desemprego. Segundo ele, a experiência da transição entre empregos pode ser importante e enriquecedora. "Se estruturado com eficiência, contribui para a qualificação pessoal do profissional a partir do aprendizado com as incertezas e com o controle emocional", garante ele, que assegura a valorização desses aspectos na contratação. Ou seja, se o profissional consegue lidar bem com a situação, isso passa a ser visto como uma qualidade a mais.

Estabelecer o equilíbrio emocional, na opinião de Sueli, que também é psicóloga, é um dos maiores desafios para um profissional que há tempos está afastado do mercado de trabalho. Segundo ela, é comum a perda da autoestima, o sentimento de inferioridade e a descrença no próprio potencial. Casos de depressão também são frequentes. Mas, ao invés de alimentar todas essas sensações, a professora da PUC-Campinas aconselha que as transformem em energia para impulsionar o processo de recolocação. "Nesse momento, o apoio e a compreensão da família e dos amigos são essenciais", alerta ela.

Além de orientar que os profissionais continuem levantando cedo, Sueli recomenda a abolição do uso do pijama durante o dia. "A tendência é não ter animo para fazer nada. Por isso, tome banho cedo e saia de casa nem que seja para ir à banca de jornal", sugere ela, que acrescenta a importância da permanência do convívio com outros profissionais. "Coloque os contatos comerciais em dia, continue a frequentar os mesmos ciclos sociais e tente minimizar as mudanças na rotina. Assim, o choque da mudança será menor", afirma a psicóloga.

De acordo com Piza, o grande erro é a falta de estruturação de um cronograma de atividades. "Crie uma agenda produtiva e sadia, com a reserva de horário para leituras, atividades culturais (teatro e cinema), cursos extracurriculares, para acompanhar e-mail e restabelecer a rede de relacionamento. Determine com quantas pessoas falará por dia, quantos currículos enviará e em quantos eventos participará por mês", sugere o recrutador. "Não é porque você não está trabalhando, que não vai trabalhar", enfatiza ele.

Turbine seu currículo

Com o lado emocional estruturado, é hora de investir na capacitação profissional. "Se o candidato não estudar, perde ainda mais a vantagem competitiva e o conhecimento do mercado, além de minimizar ainda mais as possibilidades de reingresso", aponta Simone. A professora da UFPE sugere que os profissionais desempregados usem o tempo disponível a seu favor para aumentar seu poder competitivo. Segundo ela, muitos dos brasileiros que reclamam da falta de oportunidade, são desqualificados.

Para evitar esse tipo de problema, bem como o desperdício de esforço na procura por oportunidades erradas, Piza aconselha a realização de autoanálises. "Não quer dizer que tenha que desistir dos sonhos. Mas sim, que identifique o que realmente quer, quais são as suas competências, o que o mercado exige para que alcance esses patamares e o que é preciso fazer para adequar-se a essas exigências", afirma o diretor da Claro. Segundo ele, muitas personalidades alcançaram suas maiores conquistas após períodos de transições.

Foi a partir desta avaliação que a administradora Adriana de Oliveira Loverbeck, 27 anos, conseguiu superar os 14 meses de desemprego. Ao pedir demissão de seu antigo trabalho, tinha plena convicção de ter todas as competências necessárias para a conquista de uma nova vaga. As primeiras entrevistas, no entanto, mostraram a ela o contrário. "Só o Ensino Superior não era o suficiente. Além da cobrança pelo conhecimento de um segundo idioma, sentia a necessidade de incrementar os meus conhecimentos técnicos em cursos extracurriculares", diz Adriana. E, ao invés, de contestar a atitude dos recrutadores, ela decidiu aplicar o dinheiro da rescisão do antigo contrato em cursos. "Investimento que teve retorno. Consegui um emprego numa empresa do setor de fabricação de produtos para pesca", comemora.

Ainda que nem todo o desempregado tenha dinheiro para investir em cursos, Simone cita a existência de diversas atividades gratuitas. "Há cursos gratuitos oferecidos tanto por universidades públicas, entidades de classe ou organizações não governamentais. Além disso, há diversas opções de simpósio, palestras, congressos e feiras que também contribuem com o desenvolvimento profissional", cita a professora da UFPE.

A tecnologia tem contribuído inclusive para que a atualização seja iniciada dentro da própria casa. "É possível manter-se atualizado com a TV, o rádio, o jornal, a revista e a Internet. Não adianta, no entanto, gastar o seu tempo livre assistindo desenho", aponta Sueli. De acordo com ela, a manutenção não se restringe a atualização. É preciso ainda manter as relações profissionais. Simone partilha com a professora da UFPE e aponta a rede de contatos como a segunda responsável pelo surgimento de oportunidades. "A primeira ainda é o currículo",acredita ela.

Piza sugere que os profissionais não tenham vergonha de recorrer tanto aos antigos amigos como aos colegas mais recentes. "Mesmo aqueles que não estão inseridos nas mesmas áreas que você. Até porque ele pode indicar outros contatos. Mande um e-mail, faça uma ligação ou agende um encontro", diz o recrutador da Claro. "Essa transição é difícil, mas se superada é um bom sinal", enfatiza. 


Fonte: UNIVERSIA-BRASIL (cpm adaptações).

quarta-feira, outubro 20, 2010

Curso tecnológico aumenta média salarial, diz estudo


Além de ganhos de até 24%, formação aumenta índice de empregabilidade

Salários de profissionais com curso tecnológico completo podem aumentar até 24%. É o que mostrou o estudo A Educação Profissional e Você no Mercado de Trabalho, realizado pelo Centro de Estudos de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas em parceria com o Instituto Votorantim.

Enquanto o salário médio de um profissional que não tenha concluído a graduação técnica é calculado em R$ 1.731,12, a remuneração média daquele que possui o diploma passa para R$ 2.837,8.

O impacto da formação também afeta positivamente os índices de empregabilidade. A chance de ocupação de um brasileiro com formação profissional concluída, de acordo com a pesquisa, é 48,2% maior que outra pessoa que não obtenha a titulação.

As oportunidades para os profissionais com educação profissional, segundo o estudo, estão distribuídas majoritariamente nos seguintes setores: automobilístico; financeiro; petróleo e gás; papel e celulose; serviços públicos; indústrias; educação; petroquímico; indústria têxtil; saúde e comércio e serviços. Há ainda opções nos setores de alimentos e bebidas, mineração, transportes, construção civil e agronegócio. 


Fonte: UNIVERSIA BRASIL (com adaptações).

Cursos tecnológicos são atalho ao mercado


Cursos de tecnologia ganham mais espaço em instituições de Ensino Superior, além de maior visibilidade no mercado de trabalho. Para confirmar essa afirmação, duas pesquisas. Uma, do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), que aponta crescimento de mais de 600% na quantidade de cursos tecnológicos no País. Outra, do Centro de Estudos de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, que notifica ganhos salariais de até 24% e aumento de 48,2% no índice de empregabilidade dos profissionais com esse tipo de formação.

Atualmente, o Brasil mantém 4.355 cursos superiores de tecnologia. Número quase sete vezes maior do que o registrado em 2002, quando existiam apenas 636 programas. A expansão, segundo Roberto Leher, professor do Departamento de Fundamentos da Educação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), se iniciou em 1997, com a publicação do Decreto 2.208, que prevê a dissociação entre formação profissional e científica. "A transição propiciou novo nicho para as instituições de Ensino Superior a partir da oferta de cursos superiores mais rápidos e meramente instrumentais", analisa ele.

O crescimento econômico brasileiro aliado à ausência de mão-de-obra qualificada para atender às novas demandas do País também contribuem para a proliferação dos cursos superiores de tecnologia. É o que garante João Cardoso Palma Filho, especialista em políticas educacionais e professor da Unesp (Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho). "Ao mesmo tempo em que o mercado está afoito por profissionais qualificados, os jovens estão cada vez mais preocupados em ingressar o mais rápido possível no mercado", aponta.

A modalidade, segundo o Inep, é a opção de 412.027 estudantes brasileiros, doze vezes menos que as matrículas na graduação presencial, calculada em 5.080.056. A quantidade de cursos superiores de tecnologia também é inferior a de licenciaturas e bacharelados. Existem hoje 24.719 cursos presenciais, mas apenas 4.355 de tecnologia.

Embora a maior parte das ofertas esteja centralizada no setor privado, Palma Filho enxerga políticas oficiais para expansão da modalidade no sistema federal, principalmente devido à criação dos IFETs (Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia). De acordo com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, o Brasil tem 38 IFETs, com 255 campus espalhados em todo território nacional. Outras 99 unidades estão em construção e previstas para serem entregues até o final de 2010.

Há ainda outras instituições públicas que mesmo dedicadas às graduações tradicionais têm adotado esse modelo de formação, como é o caso de Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).

O resultado dessas iniciativas pode ser visto na atual edição do Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia, lançada em maio de 2010, e que apresenta dez novos cursos divididos nos eixos tecnológico-militar, segurança e apoio educacional. Há, ainda, outros 98 cursos tecnológicos nas áreas de produção alimentícia, recursos naturais, produção cultural e design, gestão e negócios, infraestrutura, controle e processos industriais, produção industrial, hospitalidade e lazer, informação e comunicação e ambiente, saúde e segurança.

A tendência, na opinião de Palma Filho, é a intensificação da proliferação dos cursos superiores de tecnologia nos próximos meses, independentemente do resultado das eleições presidenciais de 2010. Para ele, no entanto, esse crescimento não colocará em xeque as graduações - licenciaturas e bacharelados. "A convivência será harmônica, até porque a formação teórica e tão importante quanto a científica. Há ainda forte tendência de intercâmbio entre as modalidades, bem como de encurtar o tempo de alguns bacharelados", acredita o especialista.

Leher não têm o mesmo otimismo de Palma Filho e prevê o esgotamento na oferta dos cursos superiores de tecnologia em um futuro não tão distante. Ele aponta a experiência do México para explicar sua teoria. "O país, na década de 1990, vivia momento similar ao que o Brasil vive hoje. Com a quebra da expectativa dos profissionais e a percepção da restrita formação e do baixo peso do diploma no mercado de trabalho, a procura pelos programas diminuíram e a ofertas das vagas também", diz o professor da UFRJ.

Enquanto Palma Filho aponta a expansão do sistema como estratégia para a ampliação do acesso de brasileiros ao Ensino Superior, Leher relaciona a proliferação da modalidade com a baixa qualidade da formação. "Mesmo que a formação do tecnólogo seja fundamentada na prática profissional, não exclui a necessidade de capacitação científica - ainda que em menor intensidade do que a da graduação", relata. Segundo ele, o modelo de referência, inicialmente adotado pela maioria das instituições de Ensino, passou a ser minoritário no País. "Essa transformação é uma grande perda para o Brasil. Até porque os conhecimentos técnicos por si só não são suficientes. É preciso ter profissionais que pensem em soluções".

Mercado de trabalho

A pesquisa "A Educação Profissional e Você no Mercado de Trabalho", realizada pelo Centro de Estudos de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, aponta ganhos salariais de até 24% e aumento de 48,2% no índice de empregabilidade dos profissionais formados em cursos superiores de tecnologia. Enquanto o salário médio de um profissional que não tenha formação tecnológica é calculado em R$ 1.731,12, a remuneração média daquele que possui o diploma passa para R$ 2.837,80.

Ainda, sim, Leher acredita que as oportunidades de emprego para os profissionais tecnólogos sejam inferiores às destinadas aos bacharéis. "A absorção dos tecnólogos existe, mas é preciso observar que tipo de emprego está disponível a eles e compará-lo com a demanda dos profissionais formados nas graduações tradicionais", relata ele, que enfatiza a preferência do mercado de trabalho por candidatos que tenham formação mais sólida e não puramente de base tecnológica.

Para exemplificar a afirmação, o professor da UFRJ cita a Petrobras. Embora os cursos superiores na área de petróleo tenham crescido a partir da demanda, a empresa estatal, segundo Leher, não aceita candidaturas de profissionais com diploma de tecnólogo em seus processos seletivos. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da empresa. Robert Karlisle Burnett, pró-reitor acadêmico da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) confirma o preconceito por parte do mercado de trabalho, mas o justifica como desconhecimento da formação tecnológica. "Muitas empresas não sabem qual é a capacitação de um tecnólogo, outras desconhecem até a existência dessa modalidade", diz ele.

O preconceito, para Palma Filho, não se restringe às empresas. De acordo com ele, ainda que a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) preserve o direito dos tecnólogos, há universidades que são resistentes a aceitar esses profissionais em programas de pós-graduação stricto sensu - mestrado e doutorado.

Oportunidades de estágio

O panorama dos estágios no Brasil pode exemplificar as diferenças entre as oportunidades para um bacharel e para um tecnólogo. A Abres (Associação Brasileira de Estágios) aponta a existência de 650 mil vagas de estágio para o Ensino Superior. "A maior parte das oportunidades ainda são preenchidas por estudantes de cursos convencionais. Arrisco dizer que apenas 30% das vagas são ocupadas por alunos de cursos tecnológicos", diz Seme Arone Junior, presidente da associação.

Ele acredita que o mercado ainda está em processo de maturação das novas modalidades de Ensino. "É por esse mesmo motivo que as empresas são mais cautelosas nas contratações. Estão descobrindo, aos poucos, de que forma esses estudantes tendem a contribuir com o desenvolvimento", explica Arone Junior, que também cita uma desvantagem competitiva entre os candidatos das duas modalidades. "Em geral, estudantes dos cursos de bacharelado, até pelo tempo da formação, têm vivência acadêmica maior, além de experiências em estágios anteriores", aponta.

As diferenças salariais, no entanto, não são tão grandes quanto o número de oportunidades. A pesquisa "Valores pagos aos estagiários do Brasil", realizada pelo Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios), revela que a média salarial dos estudantes de nível Superior é de R$ 765,25. Já para o nível Superior tecnólogo, é de R$ 702,40. 



Dez cursos com as melhores bolsas-auxílio no Brasil

Nível Superior   Nível Superior Tecnólogo
1
Engenharia
R$ 1.022,30          
 Secretariado
R$958,98
2
Relações Internacionais
R$ 1.008,38  
Mecânica
R$ 906,03
3
Economia
R$ 999,27
Construção Civil
R$ 896,95
4
Química
R$ 897,45
Mecatrônica Industrial
R$ 831,89
5
Arquitetura e Urbanismo
R$ 896,35
Processamento de Dados
R$ 791,03
6
Biblioteconomia
R$ 883,60
Comércio Exterior
R$ 788,79
7
Nutrição
R$ 880,40
Gestão Ambiental
R$ 772,46
8
Estatística
R$ 864,70
Tecnologia em Alimentos
R$ 765,00
9
Ciências Atuariais
R$ 817,61
Sistemas de Informação
R$ 655,00
10
Matemática
R$ 802,12
Redes de Computadores
R$ 627,00
Fonte: Pesquisa "Valores pagos aos estagiários do Brasil", realizada pelo Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios)



Formação contínua

Independentemente da escolha da modalidade da graduação, é preciso investir em formação contínua, conforme comprova a pesquisa "Você e o Mercado de Trabalho", da FGV. Segundo o estudo, a cada ano de estudo completado o salário pode subir 15% e as chances de arrumar emprego aumentam em 3,3%.

A taxa média de ocupação de uma pessoa que nunca estudou, por exemplo, é de 59%. Esse índice sobe para 90% quando se fala de brasileiros com 18 anos de estudo, o que inclui profissionais com mestrado e doutorado. A mesma teoria foi comprovada em relação à média salarial dos brasileiros. Apesar das jornadas de trabalho serem similares, as diferenças salariais podem chegar a R$ 4 mil. Enquanto quem nunca estudou recebe, em média R$ 392,14, aqueles que possuem título de mestre ou doutor ganham, em média, R$ 4.454,69.  



Diferenças entre graduações tradicionais e cursos superiores de tecnologia
    

Assim como para as licenciaturas e os bacharelados, o requisito para ingressar em cursos superiores de tecnologia é a conclusão do Ensino Médio. No entanto, enquanto bacharéis e licenciados possuem formação mais generalista, tecnólogos são profissionais especializados em segmentos de áreas específicas.

As diferenças entre as modalidades também relacionam-se à duração da formação. Ao passo que graduações tradicionais levam de quatro a seis anos para serem concluídas, programas tecnológicos têm curta duração e duram, em média, dois anos.

Apesar das especificidades na formação, os diplomas têm a mesma validade e os tecnólogos também podem dar continuidade aos estudos com ingresso em programas de pós-graduação lato sensu (especialização e MBA) e stricto sensu (Mestrado e Doutorado).





Fonte: UNIVERSIA-BRASIL (com adaptações).

terça-feira, outubro 19, 2010

Cuidado para não fazer da sua pós um problema

Errar a mão pode custar perdas significativas de tempo e dinheiro

Já imaginou comprometer cerca de R$ 15 mil de suas economias e gastar mais de 400 horas num curso de especialização? Não há como negar que, apesar de ser a escolha de diversos profissionais em busca de ascensão no mercado de trabalho, decidir sobre uma pós-graduação é um processo delicado, principalmente porque envolve muitos recursos e consome muita dedicação. Investimentos que se mal aplicados não poderão ser resgatados. A dúvida que fica é: como fazer uma boa escolha para minimizar os riscos de perda de tempo e dinheiro? Vale a pena todo esse esforço só para ter um diploma lato sensu na gaveta e ou um item a mais no currículo?
A questão além de deixar muitos profissionais ressabiados, também causa polêmica entre especialistas do setor acadêmico e do mundo dos negócios. De um lado aqueles que defendem a idéia de que qualquer conhecimento é válido. Mas do outro, há os que acreditam que fazer um curso de pós-graduação lato sensu só tem sentido quando agrega valor à carreira, caso contrário, esse curso pode se tornar inútil.

Para o diretor de educação continuada da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), Paulo Laporte, qualquer pós-graduação é capaz de valorizar um profissional, basta que ele esteja disposto a aprender e a aproveitar a oportunidade da melhor forma. "A importância do curso não está apenas em seu conteúdo, mas também na vivência com os professores, os colegas de turma e com o ambiente acadêmico. Se bem explorados, tem muito a contribuir para a carreira", opina Laporte.

A pró-reitora de pós-graduação e pesquisa da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Angela Uller, concorda parcialmente com o ponto de vista de Laporte. Segundo ela, no entanto, é preciso separar vida pessoal da profissional. "Quando se fala na formação do indivíduo, não há pós-graduação inútil. Todas elas, direta ou indiretamente, geram conhecimentos. Agora, quando o assunto é carreira, a coisa muda de figura. Não é qualquer curso que vai ser aceito pelo mercado de trabalho e vai significar um diferencial no currículo", explica ela.

Quem ilustra esse cenário descrito por Angela é o gerente da Page Personnel, filial do grupo Michael Page International - que faz recrutamento especializado -, Igor Schultz. De acordo com ele, de nada adiantaria um profissional da área de administração fazer, por exemplo, uma pós em nutrição. "Qual será o diferencial que esse administrador especialista na área de saúde alimentar pode trazer caso não atue e nem pense em atuar numa empresa do setor?", questiona Schultz. Segundo ele, esse exemplo demonstra que, a depender da escolha, o diploma pode se tornar um peso morto. "Não será nenhum diferencial no mercado de trabalho. O selecionador irá simplesmente ignorar essa formação. E aí tempo e dinheiro terão sido desperdiçados", avalia ele.

Isso significa então que todos aqueles que decidiram fazer pós-graduação e descobriram durante as aulas que a opção foi equivocada não podem tirar proveito algum do curso? Talvez não seja bem assim. A visão da gerente de recrutamento e seleção da Gelre, empresa de consultoria na área de Recursos Humanos, Gerusa Mengarda, é bem mais otimista do que a de Schultz. Para ela, mesmo quando a escolha não está relacionada à área de atuação, a pós-graduação é um caminho para que o profissional possa ampliar sua rede de relacionamentos e trocar informações. "Elementos fundamentais para o desenvolvimento de uma carreira", resume.

Além disso, Gerusa relaciona a realização da especialização ao interesse de se manter atualizado. "O curso pode não agregar muito valor para o setor que se pretende concorrer, mas geralmente chama a atenção do gestor que analisa o currículo. Isso porque demonstra que o candidato é dinâmico e está sempre em busca de novas informações. São profissionais com esse perfil que o mercado procura", acredita ela.

No entanto, a pró-reitora de pós-graduação e pesquisa da UFRJ não concorda com a opinião de Gerusa. Para Angela, diante de um cenário como esse, o gestor pode encarar a pós-graduação como empecilho e o curso passaria a ser um ponto negativo para o candidato. "O selecionador, ao invés de enxergar o candidato como dinâmico, pode ter a leitura de um profissional sem foco. E garanto que essa não é uma característica nada valorizada no mundo dos negócios", rebate Angela.

Como escolher?

Apesar das divergências de opiniões, as fontes ouvidas pelo Universia são unânimes quando o assunto é transformar a experiência da pós-graduação num mecanismo para a conquista de uma nova oportunidade no mercado de trabalho ou mesmo uma promoção. Para eles, a especialização, quando bem escolhida, pode ser o caminho para a ascensão no mundo dos negócios. No entanto, é preciso saber escolher, tanto para poder colher os resultados esperados, quanto para minimizar os riscos de desperdício de tempo e dinheiro.

O primeiro passo, segundo Schult, é fazer um planejamento de carreira. "Analise suas expectativas profissionais e responda: `aonde quero chegar nos próximos dez anos?´". Com essa resposta e com o objetivo profissional traçado, o gerente da Page Personnel orienta que as pessoas procurem cursos alinhados a essas metas. "Nesse momento, é preciso fazer uma pesquisa tanto no meio acadêmico como no empresarial. Veja as opções que as instituições de ensino oferecem e faça um estudo de mercado para verificar o que ele espera do profissional que você pretende se tornar", sugere Schult.

Com uma lista de especializações na mão, é hora de escolher entre as opções. Angela acredita que o segredo de uma boa escolha está na cautela. "Nada de ter pressa. É preciso refletir bem e ter maturidade para tomar essa decisão. Isso, no entanto, não significa deixar essa tarefa sempre para depois", alerta ela. Na opinião de Laporte, o ideal é seguir a linha de um processo seletivo eliminatório. "Os critérios que devem ser levados em consideração são: a idoneidade da instituição de ensino, a formação do corpo docente e o conteúdo programático do curso", afirma ele. O diretor de educação continuada da PUCPR acrescenta que, nessa fase, é fundamental uma conversa com o coordenador do curso ou com os próprios professores. "O bate-papo será fundamental para saber se a especialização está alinhada às suas expectativas".

Se mesmo depois de todos esses cuidados, você perceber que o curso não era o que esperava, Laporte aconselha que se faça uma nova avaliação. "O ideal é ter essa percepção logo nos primeiros meses. Se o curso não irá agregar nada em sua carreira, pare. Agora, se a percepção foi tardia, recomendo que o aluno vá até o fim", diz. Estudar a possibilidade de pedir a transferência para um outro curso da instituição, caso isso seja possível e viável, pode ser uma alternativa. Na opinião de Gerusa, essa estratégia pode funcionar. "Assim será possível aproveitar os conhecimentos até então obtidos, além de minimizar os desperdícios de tempo e dinheiro", declara ela. 



Fonte: UNIVERSIA-BRASIL

domingo, outubro 17, 2010

Como organizar a sua formatura


Você pode comemorar o final do seu curso com toda a pompa ou de forma bem louca e criativa. Também pode misturar o tradicional com o moderno. E ainda tem a opção de não comemorar. Tudo depende do seu perfil, do perfil do seu curso, de sua turma e da grana que vocês têm ou estão a fim de desembolsar.

"Hoje, muitos formandos estão mais preocupados em arranjar logo um emprego para começar a ganhar dinheiro - ou até mesmo para pagar a faculdade retroativamente - do que em gastar dinheiro com formaturas grandiosas. Então, as turmas que optam pelo tradicional são cada vez menores", diz Patrícia Miranda, diretora da Aprof (Associação das Empresas Promotoras de Formatura). Segundo ela, as turmas que ainda optam por se formar com tudo o que têm direito vêm de cursos como Direito, Medicina, Odontologia, Farmácia e Fisioterapia. O resto opta por formas alternativas.

Foi o caso da turma de Psicologia de Aline Frey, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), que se formou em 2004. Os 16 formandos optaram por fazer esquetes com pequenas peças de teatro e declamações de poesias, no próprio saguão da reitoria, onde rolou a colação de grau. "Um colega que é músico compôs uma canção que falava da trajetória da nossa turma e tocou piano de calda. A turma entrou fazendo bolinhas de sabão, ao som de uma das músicas do filme O fabuloso mundo de Amelie Poulain, tocada por uma banda de amigos nossos. No lugar da beca, vestimos roupas coloridas. Decoramos a reitoria com cortinas de cizal e arranjos de flores. Os convites tinham uma foto P&B da turma com intervenções coloridas. Tudo custou apenas R$ 70 para cada um", conta.

Já a turma de Daniele Souza, 27 anos, que se formou em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) em 2006, optou por alugar uma casa noturna decorada com o tema "mídia", no esquema "os convidados pagam o que consumirem". Cada um dos 20 formandos teve que desembolsar apenas R$ 60.

Os caretas

Fazer algo diferente pode ser realmente bacana. O problema é que quanto mais exótica a festa, mais difícil de a turma chegar a um consenso e se organizar. "Dá muito trabalho ficar inventando moda e convencer o resto da turma de que é legal e vai funcionar. Muita gente opta pelo padrão tradicional para evitar polêmica. E mesmo assim às vezes rolam brigas homéricas", explica Gion Brunn, 25 anos, estudante do terceiro ano de Medicina da UFBA.

Durante dois anos ele fez parte da comissão de formatura de seu curso, mas desistiu do cargo pelo excesso de reuniões. "O curso de Medicina já é puxado demais, não estava tendo tempo para me dedicar à organização da formatura", conta. Isso porque, além do baile, a comissão organiza várias festas durante todo o curso para arrecadar dinheiro aos poucos. Dá um trabalhão.

Nessa "brincadeira", cada um dos 80 alunos a turma de Gion vai gastar de R$ 1.570, aluguel do parque aquático Wet´n Wild - onde vai rolar o baile - , aluguel do espaço onde será realizada a colação de grau e o cachê de três bandas (uma de rock, uma de forró e outra de axé), cerimonial da festa, produção do filme que será exibido durante a festa, seguranças, convites para 150 convidados cada um, orquestra para colação, canudos e o dinheiro que vai para a empresa de eventos que está organizando tudo. Isso sem contar a roupa, o bufet pessoal, e a cobertura do evento (álbum e fotos e DVD).

Ufa!!!! Com tanto gasto, ainda bem que há espaço para a democracia: participa quem quer. Tanto que Ricardo Heinzelmann, 24 anos, colega de Gion, optou por ficar de fora dos eventos e gastar o dinheiro em uma viagem para a Europa, depois de formado. "Prefiro satisfazer o meu prazer pessoal, em vez de fazer uma festa para os outros", explica.

E pode ser muito mais caro do que o valor que essa turma de Medicina vai pagar: tem gente que topa desembolsar mais de R$ 3.000. Hoje em dia há modismos que encarecem tudo: bailes temáticos (com tema havaiano, por exemplo), contrato de escolas de samba para fazer uma surpresa no meio do evento, malabares, cuspidor de fogo na entrada, drag queens que aparecem depois da valsa distribuindo pulseirinhas de neon, distribuição de pirulito, sorveteiro à disposição a noite inteira, garçons usando capelo na cabeça ou avental com nome do curso, scotch bar, lounges espalhados pelo salão, paredes de flores, velas e pétalas de rosas pelo chão. "Tudo isso pode parecer extravagante, mas acho que vale a pena comemorar esse período de tanta batalha", opina Gion.

Quando começar a organizar a formatura

O quanto antes a turma começar a pensar no assunto, melhor as alternativas de pagamento, e em mais parcelas vai poder dividir o valor. Tempo mínimo: seis meses. Mas o ideal é começar a organizar as comissões de formatura no começo do terceiro ano da faculdade. Alguns cursos, como Medicina, por exemplo, começam o planejamento no primeiro ano de faculdade, já que as festas desse curso costumam ser mais ostentosas.

O papel da Comissão de Formatura

A comissão de formatura é um grupo de alunos voluntários de uma ou mais turmas de um curso de graduação que se reúnem informalmente para organizar os eventos da formatura. A comissão deve ter um aluno representante e um suplente para cada turma envolvida. Este é o primeiro passo para organizar a formatura.

É ela que vai criar uma associação sem fins lucrativos e registrá-la no Cartório Civil de Pessoas Jurídicas. Para se registrar como associação, é preciso que a comissão crie e concorde com as normas que vão reger todas as suas atividades, o chamado estatuto, que conterá as seguintes informações: quem constitui a associação, quais os deveres dos membros, quem administra o quê, o quórum de instalação e deliberação da associação, como resolver os impasses que surgirão, como serão feitas as prestações de contas, quais os prazos não só de pagamento e prestação de contas, mas também da validade da associação, como vai se dar a dissolução da mesma, o nome da comissão, onde ela vai ser sediada, a estrutura hierárquica e a distribuição das tarefas.

O papel da comissão é escolher os alunos que serão oradores e juramentistas, normalmente um por curso envolvido; indicar um professor que se destaque para ser o paraninfo de todas as turmas, mesmo de cursos diferentes; escolher professores homenageados, um por curso; indicar um patrono, que normalmente é uma personalidade de destaque na área profissional dos formandos.

Ah, em alguns casos, dependendo da organização da comissão de formatura, seus integrantes acabam sendo beneficiados com a dispensa do pagamento dos custos individuais da festa.

Como arrecadar dinheiro

Além de calcular uma mensalidade, é legal organizar eventos de arrecadação de fundos durante o curso. Outra forma bacana: fazer rifas. Mas o melhor é contratar empresas que organizam tudo isso. Só que, atenção: é preciso escolher direito. Há muitas empresas por aí, e nem todas são confiáveis.

Como escolher a melhor empresa

Peça indicação à instituição onde você estuda ou a um colega que já se formou. Depois, verifique se a empresa é registrada. Caberá à Comissão de Formatura escolher uma empresa especializada na organização do evento a partir de uma concorrência.

O ideal é comparar orçamentos detalhadamente, visitar festas das empresas cogitadas e solicitar documentos que atestem a idoneidade das mesmas. A empresa será responsável por todos os detalhes que envolvem a cerimônia de colação e o baile de formatura, desde a arrecadação de dinheiro entre os formandos, até os contratos com salões de eventos, bufês, banda, convites, fotos, etc. A empresa deve oferecer diferentes opções de atrações e custos, que serão avaliadas pelos alunos.

Onde fazer a balada?

A data e o lugar da festa devem ser marcados com bastante antecedência (afinal, turmas de vários cursos e universidades costumam se formar na mesma época). É importante observar: a eficiência da sonorização, se há espaço coberto, estacionamento privativo com número de vagas suficientes para os convidados, número de sanitários, tamanho da cozinha, infra-estrutura para decoração, se o pé-direito do salão comporta a iluminação, entre outros detalhes.

Quem vai tocar o quê?

É essencial avaliar a estrutura de som de cada banda. Procure saber tudo o que a banda tem: iluminação; técnico de som; transporte próprio. Pergunte também quem é cada membro e o que cada um faz.

Depois, mas não menos importante, avalie o repertório do grupo. O ideal é que a turma possa opinar sobre esse repertório, isto é, no estilo de som. Afinal, a música TEM que combinar com os convidados. É bacana conversar bastante com os músicos da banda para tentar transmitir exatamente o perfil dos formandos, os interesses e a proposta do evento.

Mas há também bandas com perfis próprios, que não se adaptam ao gosto do cliente, e turmas que podem querer contratá-las justamente por isso. Ah, e lembre-se: na sua festa haverá pais, tios e até avós. Ou seja: é bacana a banda tocar algumas músicas das décadas de 1950, 60, 70, aquelas tradicionais, que todo mundo conhece e gosta.

Os comes e bebes

Tradicionalmente, há três tipos de coquetel de formatura: o coquetel inserido dentro do baile; o coquetel particular, que alguns formandos, ou grupo pequeno de formandos (três no máximo), oferecem para as famílias e os amigos; e um tipo novo, o coquetel "somente para formandos", que acontece antes da colação de grau, enquanto a turma se prepara.

O coquetel do baile e o coquetel particular não variam muito um do outro. As diferenças estão nas quantidades de salgados. Afinal, o coquetel particular é uma festa de menor duração e, portanto, tem-se uma média de 14 a 15 salgados/pessoa (se for durante a semana pode-se contar 12 salgados/pessoa, porque a duração tende a ser menor) e na quantidade de garçons; e difere também quanto ao prato quente que, em festas particulares, é geralmente servido em buffet montado.

Algumas pessoas gostam de servir um jantar completo, em vez do prato quente nestes coquetéis particulares. Servem-se aperitivos variados, um prato quente, doces ou bombons e, às vezes, uma mesa de café da manhã. As bebidas: cerveja, refrigerante, água mineral, uísque e vinho branco. A moda agora são as bebidas frizantes, espumantes, achampanhados. Já o coquetel, "somente para formandos", é uma comemoração rápida, com duração entre uma hora e uma hora e meia. São servidos salgadinhos ou uma mesa de frios. Bebidas alcoólicas: somente vinho branco ou champanhe, refrigerantes e água mineral.

Quando se contrata um buffet, é preciso pensar no sabor, na aparência, na apresentação dos alimentos e como serão servidos. Verifique como estes alimentos foram embalados, manipulados, congelados e descongelados e as instalações sanitárias utilizadas pelos funcionários do buffet. Para tanto, verifique se o fornecedor do buffet tem alvará sanitário, comprovante obtido através da Secretaria Municipal de Saúde após vistoria feita por um fiscal. Esse alvará é requisito obrigatório para que toda e qualquer empresa do ramo de produção e prestação de serviços na área de alimentação possa iniciar os seus trabalhos.

Siga as dicas e tenha uma maravilhosa formatura!




Fonte: UNIVERSIA-BRASIL (com adaptações).

Voltar à faculdade é o desafio de quem já esteve lá

Ele é impiedoso e não se pode lutar contra isso. Pelo menos ele não faz distinção e passa para todo mundo. O tempo muda as pessoas. Mudam as perspectivas, os pontos de vista e a forma de realizar algumas coisas. E é óbvio que passar novamente pela experiência universitária anos depois da primeira vez é uma situação diferente. Talvez a massa mais jovem, que geralmente predomina nas classes universitárias, nem imagine o que os alunos que retornam precisam fazer para enfrentar novamente essa jornada. O pacote de esforços inclui vencer medos, lidar com a falta de tempo e paciência para algumas rotinas que já não fazem muito sentido, além, em alguns casos, da exclusão que o grupo mais jovem impõe, por vezes de maneira involuntária, outras por preconceito de se relacionar com os mais velhos.

Michelle Calliari, de 27 anos, passou pela experiência de voltar a estudar numa Instituição de Ensino Superior depois de alguns anos de sua primeira formatura. Ela começou, aos 22 anos, o curso de Ciência da Computação na cidade de Florianópolis, onde mora. Porém, trancou a matrícula e decidiu direcionar seu aprendizado para um curso mais voltado à web. Assim, mudou-se para São Paulo em busca desse curso. Encontrou o que procurava: Criação e Desenvolvimento de Websites, que fez na Universidade Anhembi Morumbi. Pouco antes do fim, Michelle retornou para a capital catarinense e fechou a primeira graduação na modalidade a distância.

Depois disso, ela quis retomar o curso que havia interrompido anos antes. Foi aí que ela teve de encarar o retorno à faculdade. Michelle admite que já não tem a mesma paciência para algumas coisas, como teve antes. "Falta paciência sim. Antes só tinha de estudar, não tinha trabalho, não tinha de pagar contas", diz ela que também revelou certo desconforto com algumas matérias do curso. "Já tenho certo conhecimento da coisa e tem algumas matérias que poderia eliminar, mas não pude. É uma perda de tempo. Você não aprende nada de novo e é obrigado a cursar". No caso de Michelle, a diferença de idade em relação aos outros alunos não é muito grande e, por isso, ela não reclama tanto da falta de interação com os colegas de sala, mas confessa que se dispersa mais facilmente agora do que no primeiro curso que fez. "Às vezes, estou cansada do trabalho e me disperso mais. No primeiro curso tudo era novidade, então prestava mais atenção. Também não trabalhava naquela época", afirma a estudante.

Mas no que diz respeito às distrações em sala da aula, há quem garanta que na volta aos estudos, depois de um tempo desde a primeira vez na universidade, a concentração melhorou. É o caso da funcionária pública Adriana Coelho Sobierajski, de 42 anos. A primeira experiência universitária aconteceu quando ela tinha 19 anos e cursava a faculdade de jornalismo na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Só que Adriana precisou abrir mão do curso por causa do nascimento do primeiro filho dela. Ela logo retornaria, mas novamente abandonaria a faculdade em função do nascimento de mais um filho. Finalmente, em 1998, 14 anos depois do abandono, Adriana resolveu voltar e entrou com pedido de retorno. Em princípio a solicitação foi negada, mas seis meses depois ela recebeu o aval da universidade e estava novamente, os 33 anos, numa sala de aula.

O choque de gerações foi o primeiro obstáculo a vencer. "Em 1984, eram todos da minha idade. Na volta não, tinha 33 anos e a média da classe era de 18 anos. Foi complicado, houve várias barreiras que tive de quebrar. Vamos dizer que houve uma certa exclusão por parte dos demais. Não era convidada para compor grupos dos trabalhos. Isso durou mais ou menos um ano", conta Adriana. "Acho que foi um preconceito deles por ser mais velha. Tem a ver com um pré-julgamento deles, que deviam imaginar que por ser mais velha não saberia conversar com eles, era o que eu sentia. Havia situações em que fazia uma pergunta para um colega e ele não respondia, fazia que não tinha ouvido", lembra.

Adriana usou sua atitude para mostrar aos colegas que podia fazer parte do grupo. "Procurei fazer parte das discussões em sala de aula, mostrei a eles que era competente, que era capaz tanto quanto eles. Acho que eles olhavam para mim e personificavam uma tia e isso foi uma barreira no relacionamento entre nós", acredita Adriana, que afirma que o trabalho e o cuidado com os filhos a impediam de participar de eventos sociais com os colegas, como ida a bares e festas. "Mas nem era convidada. Ficava triste porque queria mostrar que podia me relacionar com eles", destaca.

Da mesma forma que Michelle, Adriana também não tinha paciência para algumas rotinas da faculdade. Ela conta que alguns trabalhos aplicados pelos professores a deixavam entediada. "Parte daquilo não fazia mais sentido para mim, até em função de minhas expectativas para o futuro". Ela só discorda do relato dado por Michelle na questão da distração em sala de aula. Para Adriana o retorno proporcionou um aprendizado mais eficiente. "Já que saí de casa, peguei dois ônibus, deixei meus filhos, tinha de aproveitar ao máximo. Não tinha vergonha de perguntar. Você repara que os mais jovens, às vezes, têm vergonha de perguntar alguma coisa que não entenderam, mas eu perguntava. Você se dispõe a aprender tudo", declarou. Adriana acha que o saldo do retorno foi positivo por poder aprender mais e adquirir mais conhecimento. Ela só lamenta não ter podido conviver mais com os colegas depois das aulas. "Podia ter quebrado aquela barreira antes se tivesse participado mais das festas".

Lúcia Terra Lousada Santos, de 54 anos, concorda que se concentra mais do que antes e aproveita melhor os estudos agora. Atualmente no quarto ano do curso de Direito na Unip, Lúcia se formou em 1976 em Pedagogia, quando tinha 22 anos, na cidade do Rio de Janeiro. Quando chegou a cidade de Araçatuba, no interior de São Paulo, não encontrou muitas oportunidades de trabalho por isso resolveu voltar a estudar e escolheu uma área em que não dependeria de outras pessoas para ter trabalho. "Hoje estou mais centrada, já não desvio tanto a atenção como quando era jovem. Eles se dispersam com mensagem de celular, colega que chama... Eu me concentro mais, presto mais atenção, a idade ajuda", acredita Lúcia.

A pedagoga e futura advogada disse não ter tido grandes problemas no contato com os mais jovens. "Não acho complicado lidar com os jovens. Não houve preconceito nem de minha parte e nem da parte deles. Admito que no primeiro dia fiquei meio insegura, não sabia como seria recebida, mas ninguém ficou me perguntando coisas, me viram como colega mesmo", opina Lúcia. Mas é claro que a diferença de maturidade entre ela e os demais cria certa intolerância em Lúcia em relação a algumas coisas. "Tem muito jovem que não sabe bem o que estudar e escolhe Direito. Então tem muita conversa, falta de interesse por parte de alguns, celular que toca, professor tem de chamar atenção. Isso me incomoda, a falta de maturidade", queixa-se Lúcia. Ela observou ainda que a idade pode atrapalhar na conquista de uma vaga de estágio. Mas no geral, Lúcia achou positiva sua volta aos bancos universitários. "O mais legal é adquirir conhecimento e também conhecer pessoas novas".

Visão do professor

A presença de um aluno mais velho na turma não gera impacto apenas entre os estudantes. Os professores também sentem os efeitos. A fisioterapeuta, Elisângela Weigel Schappo, 26 anos, mestre em Ciências e professora do curso de Fisioterapia da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina já lidou com a situação e avalia: "é um pouco complicado ao mesmo tempo que parece fácil, para quem vê de fora". Segundo Elisângela, aqueles que retornam à faculdade com mais experiência de vida e mais idade trazem consigo alguns vícios. "Geralmente, eles já possuem alguns vícios de trabalho provindos das experiências anteriores e se o sujeito não está nem um pouco afim de 'zerar' essas informações e ficar disposto a ouvir, não tem jeito, as aulas acabam ficando enfadonhas. Outro problema que percebo dos colegas professores é o comportamento de disputa, ouço aqueles comentários: 'quem você pensa que é? Acha que sabe mais do que eu?'", revela ela.

Além disso, Elisângela diz que o fato de ser mais jovem do que alguns desses alunos é mais um fator nessa equação que envolve as relações em sala de aula. "Nesses casos sou colocada a prova por eles. Sempre tento fazer com que ele contribua com o que viveu", afirma ela, que completa a raciocínio ao admitir que esses alunos podem se tornar "alunos aliados", que enriquecem a aula. "Da experiência que tive, percebo que inevitavelmente somos e sempre seremos mestres um do outro. Todo mundo aprende um pouco com o outro e é isso que tento repassar. Até porque, vejo que a experiência se adquire com o que se assimila da vivência com as pessoas e não pelo número de aniversários feitos", finaliza a professora.


Fonte: UNIVERSIA-BRASIL